Enquanto o atual prefeito municipal de Coari ocupa programa de rádio para anunciar que “Coari tem muitos poblema”, os problemas se avolumam e não encontram solução na mesma proporção. A falta de madeira e a enchente fora do normal são apontadas como desculpas para não atender muitas famílias necessitadas.
Gastar mais de R$ 1 milhão por dia parece não ser uma tarefa
muito difícil para o atual prefeito de Coari. Dispensando licitação, alegando
necessidades emergenciais, ele comprou material de escritório e gêneros alimentícios
em seis endereços que, por coincidência ou não, são de comerciantes que deram
apoio à sua campanha.
Mas, quem deveria receber ajuda – não de dinheiro, mas de
serviço público – por causa da enchente, precisa mendigar para salvar seus
pertences, a própria vida e de sua família.
A reportagem foi até a casa da senhora Santina dos Santos Faba, de 60
anos, localizada no beco Rosquildes Coelho, no bairro Chagas Aguiar e constatou
a dificuldade que a família de oito pessoas enfrenta para permanecer no local
sem condições financeiras para comprar madeira e elevar o assoalho.
Ela conta que o marido, Raimundo Rodrigues da Silva procurou
a Defesa Civil no dia 25 de maio na tentativa de obter algumas peças de madeira
e salvar alguns móveis dentro da humilde residência. A resposta foi não. A
situação difícil que passa a família não foi suficiente para sensibilizar a
equipe de Defesa Civil, que desenvolve campanha de “solidariedade”.
A saída, então, foi contar com o coração generoso de amigos
que doaram madeiras suficientes para elevar o assoalho da sala e do quarto,
enquanto o trânsito no resto da casa está improvisado sobre estreita passarela.
O serviço de construção de pontes e passarelas executado pela Prefeitura passou
na porta dessa família, mas ignorou o risco que passam dia após dia.
Lamentável.
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